terça-feira, 6 de novembro de 2012

[FANFIC] [Oneshot] Sobre Chocolate Quente e Lábios Gelados

Título: Sobre Chocolate Quente e Lábios Gelados
Autora: Jenny Camui
Classificação: +18
Pairing: HaruTake (Miura Haruma e Sato Takeru)
Gênero: Romance, Lemon




Sinopse: Novembro, após uma tempestade, Tóquio tornou-se gelada. No apartamento vazio, já que Haruma demora a voltar para casa, Takeru decide fazer chocolate quente. Está irritado com o amante. Quando Haruma, por fim, chega, traz consigo o frio das ruas. Essa mistura doce e fria poderia fazer algum sentido?

Notas: Apenas antes de começar, um desabafo (como sempre kk). Quem me conhece sabe as dificuldades que eu ando enfrentando para escrever, por isso fiquei muito feliz ao conseguir concluir essa oneshot! A inspiração veio ontem à noite ao ver esse desenho maravilhoso feito pela Sasha Holdman. Visitem o tumblr dela, tem desenhos maravilhosos lá!

http://holdman.tumblr.com/

Contém vocabulário explícito e sexo entre homens. Não gosta? Apenas não leia.

Foi escrita com muito carinho.

Betada pela minha querida marida, Dani. Obrigada, more <3

Boa leitura!






Sobre Chocolate Quente e Lábios Gelados
Capítulo Único
Autoria de Jenny Camui

– Droga! – a voz rouca preencheu o silêncio da cozinha enquanto o líquido branco escorria pelo piso esmaltado. O característico odor adocicado de leite invadindo o ambiente.
Olhou o relógio de parede pela terceira vez em menos de dois minutos.
Ele estava atrasado.
Com algumas toalhas de papel livrou-se do líquido, mas seu aroma ainda estava forte no chão. Jogou as toalhas encharcadas de qualquer jeito sobre a pia de inox. O rapaz não era um exemplo em faxina e organização, não. Esse era seu namorado. Aquele sim gostava de tudo perfeitamente arrumado e limpo.
Não conteve um sorriso torto ao imaginar a expressão do parceiro caso soubesse da porca limpeza que fizera.
Logo seu sorriso morreu e continuou a preparar sua bebida quente. Era novembro e a temperatura havia despencado após uma tempestade que durara a tarde toda.
Ergueu os braços no intuito de fazer com que a gravidade puxasse as longas mangas do casaco que lhe cobriam os dedos. Porque, obviamente, o agasalho quente e cinza não era seu, mas sim dele. Assim como a calça que lhe sobrava nas canelas.
Gostava de vestir as roupas dele quando ficava só, sentia-se perto dele, acolhido.
Contudo, estava irritado. Ele havia dito que voltaria antes das oito para jantarem juntos e já eram quase dez.
Sentou-se no sofá vermelho parcialmente coberto por um rico tecido dourado. Claro, obra de seu namorado. Por ele teriam o mesmo sofá de couro que usava até três semanas atrás, antes de venderem seus apartamentos e comprarem um maior para viver juntos.
Aproximou a xícara fumegante dos lábios muito bem desenhados, que tanto davam trabalho aos maquiadores para lhe passar batom ou brilho. Assoprou um pouco antes de tomar o primeiro gole de sua bebida favorita: chocolate quente.
Na realidade, apreciava todas as coisas doces, mas as que levavam chocolate sempre teriam sua preferência. Totalmente oposto a ele.
O barulho da chave girando na fechadura fez seu coração disparar, mas apenas tomou mais um gole de sua xícara com inúmeros gatinhos desenhados, enquanto olhava de esguelha o relógio na parede.
Duas horas de atraso.
Ouviu-o tirar os sapatos e pôde presumir que os arrumara devidamente na entrada. Assim como pendurara o casaco com perfeição antes de finalmente adentrar a sala, sorrindo amarelo ao encontrá-lo degustando sua bebida doce.
– Acordado, Takeru? – permaneceu parado em pé, sem saber como se desculpar.
– Sim. – foi seco.
– Eu acabei me atrasando um pouco. – coçou a nuca, sentindo seus cabelos negros e lisos.
– Um pouco, Haruma? – encarou o namorado pela primeira vez naquela noite.
Mesmo irritado, não pôde deixar de admirá-lo.
Miura Haruma usava apenas um suéter marrom com as mangas arregaçadas até os cotovelos, os cabelos negros muito bem arrumados e um jeans justo e preto envolvia suas longas pernas.
– Perdão, Takeru. – aproximou-se e sentou-se ao lado do menor, tocando a face alheia com as pontas das falanges.
– Você está gelado. – sussurrou, desnorteado com a proximidade do mais novo.
– Está bem frio lá fora. – falou baixo também, puxando a caneca com cuidado dos dedos finos que a seguravam, deixando-a sobre a mesa de centro. – Estava com saudades de você. – sorriu ao notar as bochechas macias tornarem-se rosadas.
– N-Nem vem. – espalmou as mãos no peito do maior, sem saber se o afastava ou se acariciava aquela região – Eu fiz hambúrguer, sabia? – um biquinho formou-se em seus lábios – Fiquei esperando.
Haruma mordeu o lábio inferior. Ele bem sabia o quanto era difícil para o mais velho cozinhar, e que se ele o fizera é porque estava tentando agradá-lo.
– Desculpa. – disse num sussurro enquanto afundava o rosto na curva do pescoço de Takeru, depositando um beijo ali.
Os pelos do rapaz se eriçaram. Os lábios de Haruma estavam frios e sua pele quente.
– Por que demorou tanto? – fechou os olhos, tentando se concentrar e lembrar-se que estava irritado com Haruma, mas era difícil enquanto tinha aqueles lábios frios beijando-lhe a pele tão sensível do colo.
– O diretor... nos fez ensaiar... uma hora a mais. – intercalava as palavras com beijinhos que foram subindo, contornando o maxilar de Takeru, aproximando-se do queixo – Depois... quis acertar mais... alguns detalhes... da peça. – calou-se ao ter os lábios separados dos de Takeru por milímetros.
Ambas as respirações estavam descompassadas, os olhares fixos um no outro.
– Não ouse. Ainda estou irritado... – Takeru tentou soar firme. Em vão.
– Muito? – riu enquanto mordia o queixo do amado.
– Bastante. – sibilou sem conter um sorrisinho com a expressão exagerada do mais novo.
– Que pequeno tirano. – acomodou-se no móvel, deitando-se lentamente e puxando o corpo magro para si, acomodando-o entre as pernas.
– Você está gelado. – reclamou.
– E você está tão quentinho. – sorriu e levou uma mão à nuca do Sato, rindo baixo ao vê-lo se arrepiar.
Finalmente juntou seus lábios como desejara fazer o dia todo. Beijou e chupou aquela boca macia antes de deixar sua língua serpentear para dentro da cavidade úmida, entrelaçando-se à outra.
Deliciou-se com o gosto do chocolate naquela boca, mesmo que não gostasse de coisas doces. Seus lábios estavam frios, mas Takeru não se importou. Sentir o gosto da boca do amante era o que lhe interessava de fato.
Beijaram-se por longos minutos, as mãos já corriam espertas pelos corpos esbeltos, apertando as partes que lhes agradavam mais.
Foi enquanto sentia Haruma encher as mãos com suas nádegas redondas e durinhas que Takeru sussurrou contra seus lábios:
– Estava com saudades.
O mais novo apenas sorriu, acariciando o rosto bonito com carinho.
– Eu sei, meu pequeno.
Voltaram a beijar-se, com muito mais afinco dessa vez. O som dos lábios escorregando era deveras excitante. Takeru já gemia baixo como um gatinho, sentindo as mãos grandes de seu homem o apalparem por toda parte.
Haruma afastou-o um pouco, apenas o suficiente para erguer seu tronco e livrar-se do suéter e da camiseta de uma só vez, revelando o tronco de tez alva. Takeru imitou-o, enchendo os olhos de Haruma com seu físico magro e delicado antes de voltar a deitar sobre ele.
– Então vamos inaugurar o sofá? – perguntou com seu eterno jeito de moleque e com um sorriso sapeca no rosto.
– Pois é – Haruma sussurrou enquanto invertia suas posições, podendo usar seu peso e força para dominar o parceiro agora.
Takeru gostava de sentir-se dominado, de ser passivo no sentido literal da palavra. Sentir que seu homem estava ali por ele elevava seu ego.
O maior desceu os beijos pelo corpo pequeno, deixando um rastro de saliva. Demorou-se no pescoço longo que chupou e marcou como seu. Continuou descendo até chegar onde Takeru gostava de ser tocado: nos mamilos túrgidos que despontavam como dois botões de rosa em seu peito liso.
Lambeu, chupou, prendeu-os entre os dentes; tudo regado ao som dos gemidos agudos do namorado, que apertava-lhe os cabelos entre os dedos enquanto chamava seu nome.
Continuou descendo, beijando a barriguinha que tanto o seduzia, enfiando a língua no umbigo alheio, explodindo em excitação com o gemido que conseguiu com isso.
Num movimento ligeiro livrou-se do moletom e da cueca que cobriam o corpo que tanto adorava. Tinha pressa, urgência daquele corpo.
Não pôde conter um gemido ao desfrutar da nudez de Takeru, seu membro pulsando de excitação dentro da roupa íntima.
A cintura tão fina, peito e barriga lisos, o quadril arredondado que lhe enlouquecia, as coxas roliças e a pequena ereção rosada.
Quando olhava para seu pequeno assim, tão entregue, não podia evitar que um sentimento de posse o tomasse. Takeru era seu, de mais ninguém! Mataria quem quer que fosse o alguém que tivesse a visão que tinha naquele momento. Sentia medo. Medo de perder sua princesa, como costumava dizer. Medo de que outro roubasse a pessoa mais bela que já havia visto.
– Parece uma pintura de Renoir. – sussurrou com a voz rouca de excitação.
Takeru gargalhou e ergueu os braços, jogando-os no sofá lado a lado do rosto. Haruma pensou que não haveria imagem mais bela.
– Sabe que não faço ideia de quem seja esse, não sabe? – continuou sorrindo.
Haruma não respondeu, voltou a deitar sobre aquele corpo, entre as coxas roliças e macias, as quais apertou entre os dedos, tomando aqueles lábios com desespero e tesão, chegando a feri-los.
– Hmm. Hamu, ah! – gemia e arranhava as costas largas do homem que se esfregava contra ele.
– Você é meu – murmurava entre um beijo e outro, abrindo aquelas pernas para que se encaixasse melhor. – Só meu, Takeru.
– Ah! Calma. – pediu, mas não foi atendido.
O maior tinha pressa, tinha fome daquele corpo.
Por mais centrado que fosse, Haruma sempre perdia as estribeiras só de imaginar outra pessoa tomando se pequeno. Podia parecer insano, mas ele não se importava. Mesmo que Takeru sempre tenha se mostrado fiel, ele notava os olhares desejosos que o mais velho recebia e ficava louco com isso.
Passou a chupar o pescoço exposto com desespero, deixando marcas vermelhas que logo se tornariam arroxeadas. Takeru gemia de dor e prazer, apertando-lhe os ombros largos entre as mãos pequenas.
Abriu o zíper de seu jeans e abaixou apenas o suficiente para que conseguisse livrar sua potente ereção daquele aperto. O menor mordeu o lábio inferior ao olhar por entre os corpos o pênis grosso de veias altas que Haruma guiava para seu orifício rugoso.
– Ham... Ahhh! – gemeu alto, cravando as unhas um pouco compridas nas costas do outro.
Haruma costumava ser mais cuidadoso e preparar o corpo do amante para recebê-lo, mas não daquela vez. Queria saciar seu desejo, sua saudade, e abrandar seu ciúme sem causa aparente.
Penetrou-o lentamente, mas sem pausas, só parando quando acomodou seu grande falo dentro do canal apertado e quente que o envolvia.
– Hum, Take – lambeu os lábios daquele que tinha lágrimas silenciosas a escorrer pela face – Tão apertadinho. – sorriu.
– Ah, ah, Hamu – tocava o rosto simétrico do namorado de forma desajeitada – Espera... Está doendo. – choramingou.
Beijou os lábios rosados com calma e carinho, segurando firme nas coxas macias que enchiam suas mãos.
Depois de alguns instantes apenas beijando o menor, sentindo suas mãozinhas em suas costas, não pôde mais se segurar. Começou com estocadas longas e lentas, gemendo baixo em contrapartida aos gemidos agudos que ecoavam pela sala.
Uma nova chuva caía lá fora, a temperatura novamente se aproximava dos 5°C, mas não dentro daquele apartamento. Os corpos suados emitiam um barulho alto quando se chocavam. Os gemidos de prazer, as palavras desconexas e o som dos beijos molhados eram a melodia que envolvia a dança que ocorria no sofá, cuja rica capa dourada jazia esquecida no chão.
– Ah, Take – a voz rouca e ofegante soou enquanto Haruma arremetia com força contra o corpo magro, segurando-lhe as coxas erguidas – Estou quase... – era demais para ele sentir-se apertado e sugado naquele espaço macio.
– Ah, não – gemeu – Ainda não. Hum!
Tomou a ereção pequena com a mão direita, masturbando-a no mesmo ritmo das irrequietas estocadas, delirando com os gemidos de Takeru que agora lhe arranhava os ombros. Era doloroso e sempre ardia no banho, mas valia a pena. Era a prova de que dava prazer ao namorado.
– Ah, Hamu! Tão gostoso! Ahhhh – gritou enquanto o líquido espesso e perolado saía em jatos de seu pênis, sujando a própria barriga.
O maior apoiou todo o peso de seu corpo nos braços, as mãos ladeando a cabeça do rapaz de cabelos castanhos que agora circulava seu quadril com as pernas. Estocava com força e até mesmo certa brutalidade, com movimentos viris e certeiros, acertando a próstata de Takeru em quase todas as vezes.
– Que delícia! Muito apertado... – urrava de prazer, levando-se ao limite de seu corpo – Hum! Toma, meu pequeno!
Numa estocada mais profunda, que arrancou um suspiro longo de Takeru, despejou sua semente naquele corpo, com um último gemido gutural.
Movimentou-se lentamente mais algumas vezes, buscando prolongar a sensação do orgasmo em seus corpos. As pernas delicadas caíram cansadas contra o sofá. Haruma deixou que seu corpo caísse sobre o de Takeru enquanto ambos buscavam tranqüilizar suas respirações.
Com um sorriso cansado, beijou aqueles lábios que tanto adorava, acariciando os cabelos castanhos e sedosos do mais velho.
– Isso foi muito gostoso.
– Quase acabou comigo. – ralhou e puxou os cabelos tão negros com pouca força.
– Ai! – riu, estalando as bocas uma vez mais.
Calaram-se, apenas olhando-se nos olhos naquele momento tão íntimo. Ainda com os sorrisinhos contentes nos lábios. O silêncio parecia cheio de palavras que não precisavam ser verbalizadas, que eles podiam sentir.
Nos olhos de Haruma, Takeru podia ver tudo o que ele não dizia.
Nas mãos de Takeru, ainda em seus cabelos, Haruma sentia as palavras silenciosas.
Ali, naquela sala tão quente contra um dia tão gelado em Tóquio, onde dois jovens viviam apenas o começo de sua história, esquecida sobre a mesinha de centro, uma xícara de chocolate esfriava.


FIM



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